sexta-feira, 31 de maio de 2019

Parte 2: Vinte e três + uma = UMA: A IGREJA CATÓLICA


Ao ler o título deste post, a primeira coisa que provavelmente você deve ter pensado é que "essa conta não bate", certo?





Por isso, é preciso entendê-la. Vejamos:


Vinte e quatro, isto mesmo, 24 Igrejas formam A Igreja Católica. Você sabia disso?


Provavelmente não. Por isso, primeiramente devemos entender o conceito de Igreja, afinal, como podem 24 Igrejas formarem A IGREJA?


Igreja, (do grego [ekklesía] através do latim Ecclesia) é uma palavra de origem grega escolhida para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh (termo este usado entre os judeus entre os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto" reunida ao apelo de Moisés). A palavra grega ekklesia significaria algo como "chamados para fora".


Ekklesia, Eklesia, Ecclesia, IGREJA, portanto, seria a comunidade de fiéis ligados pela mesma Fé em Cristo e nas doutrinas a Ele relacionadas, e submetidos aos mesmos chefes espirituais.


Como sabemos, desde o início da Igreja foram sendo fundadas (pelos apóstolos) igrejas em diversos lugares: Antioquia, Corinto, Roma, Tessalônica, etc. No entanto, tais igrejas não seriam "instituições diferentes, independentes e divergentes" tal qual a concepção protestante. Igrejas, neste caso, seriam as "comunidades de fiéis ligados pela mesma Fé em Cristo e nas doutrinas a Ele relacionadas, e submetidos aos mesmos chefes espirituais".  Sendo assim, as igrejas fundadas por eles são comunidades de fiéis que pertencem à Igreja, esta sim fundada por Cristo, o único que a pôde fundar de fato.

Estas igrejas (comunidades de fiéis) portanto, embora localizadas em diferentes lugares, estiveram desde sempre unidas pela mesma fé, crentes nas mesmas doutrinas e pastoreadas pelos mesmos chefes espirituais, que por sua vez seriam ligados entre si, estando unidos, em comunhão. 

Claro deve estar, portanto, que eram chamadas igrejas para designar a área, o território onde estavam localizadas (Igreja de Antioquia, Igreja de Corinto, etc.) mas, em sentido pleno, cada uma delas era na verdade uma parte. Essas igrejas (no plural) eram  cada uma delas, parcelas da MESMA IGREJA. 

As muitas igrejas espalhadas pelo mundo, eram partes de um TODO. Juntas formavam A Igreja, no singular. Essa Igreja, única e indivisível, embora espalhada por todos os lugares, passou a ser chamada "católica" (o termo "católico", derivado da palavra grega Katholico [καθολικός], significa "universal", "geral" ou  "referente à totalidade"). Isso explica o porquê de a palavra "Católica" não ser apenas um nome (a "denominação") da Igreja, mas sim uma característica necessária da Verdadeira Igreja: ela DEVE ser católica, isso significa que é Universal, não pertencente a uma época, a um povo ou a um lugar, mas antes pertencente a todas as épocas, todos os povos e todos os lugares.

Tendo isso bem entendido, podemos compreender que A Igreja Católica é, portanto, uma só, embora seja ela composta de várias igrejas locais, cada qual com seus superiores, mas todos em comunhão entre si. 

A essas igrejas locais chamamos Dioceses (termo latino) ou Eparquias (termo oriental). Existem mais de duas mil em todo o mundo, cada uma sendo a Igreja daquele lugar. Diocese de Palmares, por exemplo, é = Igreja de Palmares, que por sua vez é uma pequena parcela da Igreja Católica. Tanto essa igreja (de Palmares), como todas as demais, devem estar em união à Sede Apostólica de Roma e ao Santo Padre o Papa.

Tá, mas isso não explica a informação inicial (das 24 Igrejas que formariam A Igreja Católica). Pois é, creio que agora sim é possível entendê-la: além da referida organização dividida em territórios, A Igreja é composta de Igrejas Históricas, algumas delas fundadas pelos Apóstolos, não a partir da Igreja de Roma (como é o caso das dioceses) mas que também - embora tenham se desenvolvido de uma maneira própria, com Rito, organização, tradições e disciplina próprias - professam a mesma Fé e estão em plena comunhão com a Sé Romana e o Sucessor de Pedro.

Essas Igrejas, portanto, são elas também partes da Igreja Católica, embora em um sentido mais amplo que aquele que vimos ser o das Dioceses. Por terem uma história própria, Ritos e estruturas próprias, elas são chamadas de Igrejas “sui juris, isto é, autônomas. São autônomas para legislar de modo independente a respeito de seu rito e da sua disciplina, mas não a respeito dos dogmas, que são universais e comuns a todas elas e garantem a sua unidade de fé – formando, na essência, uma única Igreja Católica obediente ao Santo Padre, o Papa, que a todas preside na caridade.

Dentre essas 24 Igrejas, podemos dizer que 1 é a Igreja de Rito Ocidental, aquela a que - normalmente - identificamos como Igreja Católica, enquanto as outras 23 são as chamadas Igrejas de Rito Oriental, as vezes erroneamente confundidas com as chamadas "Igrejas Ortodoxas", mas que na verdade são tão católicas quanto a Ocidental.

Como vimos, A IGREJA CATÓLICA não é a Igreja Ocidental. Esta, na verdade, a compõe, é uma parte dela, juntamente com as outras 23 Igrejas Orientais.

Todas juntas, a Igreja Ocidental (1) + as Igrejas Orientais (23) formam A IGREJA CATÓLICA. Eis o porquê de 1 + 23 = 1.




Na continuação (próximo artigo), veremos quais são os Ritos Católicos e as 24 Igrejas Católicas que juntas formam A IGREJA CATÓLICA.

Um comentário:

  1. Curiosidade: nesse texto você cita a diocese de Palmares. Foi puramente ao acaso ou você é dela?

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